Crônica: O Caminho para a escola
Aluna: Daniela Costa 9º ano 2
Sexta-feira,
como outras sextas. Acordo com o barulhinho do despertador tocando “Trim”,
parece invadir meu sono. São seis horas da manhã, levanto para mais um dia como
qualquer outro de ir à escola.
Na beirada da
cama, calço uma pantufa já meio surrada de tanto usar vou direto ao banheiro,
escovo os dentes, lavo bem o rosto. Ai então, me desperto verdadeiramente.Passo
pela cozinha, abro a geladeira, pego uma fruta e como de costume,começo a dar
as primeiras mordidas, enquanto confiro a mochila para verificar se não estou
esquecendo nada para traz.
Saio pelo portão,
sigo reto em uma rua longa que me leva direto para a padaria do senhor Juca,
onde compro sempre o meu pãozinho com creme por cima para comer no lanche.
Distraída retomo meu caminho para a escola e é ai que tudo acontece...
Encontro em uma
esquina no meio de um amontoado de caixas de supermercado “Ele”...levo um
susto,mas não demora para essa reação passar e se transformar em afeto e
ternura. Aqueles olhinhos fixados nos meus, como que estivesse tentando me
dizer alguma coisa,logo me derreto e em um gesto de carinho, estendo minhas
mãos e o coloco no colo.
Olho para um
lado e para o outro,certificando se mais alguém acompanhava aquela cena. E
naquele instante não tive dúvidas,ficaria com aquele cãozinho para mim.
Lembro-me de
estar atrasada para a aula e fico na indecisão se volto para casa, ou se
continuo o caminho para a escola.
Por alguns
instantes, meus pensamentos parecem congelar,mas logo me decido: “-Com muito
cuidado,envolvo o cãozinho em minha blusa e sigo em frente”.
Chego à
escola,vejo a moça loira que controla o portão da entrada.Passo por ela
apreensiva,com a sensação que seria naquele momento, barrada.
Sinto o olhar da
loira fixado nos meus braços e penso: “É agora que ela vai me perguntar”.Mas
ela somente sorri para mim com o sorriso de sempre e diz: “-chegando atrasada
hoje em mocinha”?Daí então me sente aliviada.
Agora,mas não
demora nada para esse alívio se transformar novamente em outra preocupação,
pois como esconderia o cãozinho por cinco horários em sala de aula?
Então tenho uma
ideia de entrar na sala de aula e sentar na última carteira. E em um canto do
armário, escondo o cãozinho.
A turma não parece
estranhar meu comportamento,todos estão empolgados com os trabalhos a ser
apresentados, na aula de literatura.O relógio marca 08h40min,então bate o sinal
para a troca de professores.A professora de literatura entra e anda em minha
direção.Fico sem reação e ela pergunta:
_ O que faz aí
Daniela?Volte para o seu lugar imediatamente. Fico sem palavras,fixo meu olhar
no dela, minhas pernas ficam tremulas. A turma fica em silêncio e toda a
atenção se volta para mim. Naquele momento os ponteiros do relógio parece parar
e até o tempo queria ouvir uma resposta. Foi então que a minha blusa começou a
se mexer ao lado da minha carteira. E a cabecinha daquele fofo cãozinho é
descoberta. Daí sem precisar inventar “desculpa” é revelado o motivo de estar
sentada ali.
Logo me encontro rodeado por amigos, todos querendo
pegar aquele indefeso cãozinho. E a professora que alguns instantes atrás
demonstrava estar furiosa, abre um sorriso grande e se rende aos encantos do
bichinho.
Naquele instante,
sinto que aquela sexta feira não tinha sido comum igual às outras, e sim uma
sexta feira especial!
Então sinal bate
11;30, termina a aula, e retorno ao meu caminho de volta para casa, com o meu
mais novo amigo.
Ansiosa agora estava
para ver a reação d minha mãe ao chegar a casa com o meu cãozinho.
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