sábado, 15 de agosto de 2015

cronica

Crônica: O Caminho para a escola
                             Aluna: Daniela Costa 9º ano 2

       Sexta-feira, como outras sextas. Acordo com o barulhinho do despertador tocando “Trim”, parece invadir meu sono. São seis horas da manhã, levanto para mais um dia como qualquer outro de ir à escola.
     Na beirada da cama, calço uma pantufa já meio surrada de tanto usar vou direto ao banheiro, escovo os dentes, lavo bem o rosto. Ai então, me desperto verdadeiramente.Passo pela cozinha, abro a geladeira, pego uma fruta e como de costume,começo a dar as primeiras mordidas, enquanto confiro a mochila para verificar se não estou esquecendo nada para traz.
    Saio pelo portão, sigo reto em uma rua longa que me leva direto para a padaria do senhor Juca, onde compro sempre o meu pãozinho com creme por cima para comer no lanche. Distraída retomo meu caminho para a escola e é ai que tudo acontece...
     Encontro em uma esquina no meio de um amontoado de caixas de supermercado “Ele”...levo um susto,mas não demora para essa reação passar e se transformar em afeto e ternura. Aqueles olhinhos fixados nos meus, como que estivesse tentando me dizer alguma coisa,logo me derreto e em um gesto de carinho, estendo minhas mãos e o coloco no colo.
       Olho para um lado e para o outro,certificando se mais alguém acompanhava aquela cena. E naquele instante não tive dúvidas,ficaria com aquele cãozinho  para mim.
        Lembro-me de estar atrasada para a aula e fico na indecisão se volto para casa, ou se continuo o caminho para a escola.
        Por alguns instantes, meus pensamentos parecem congelar,mas logo me decido: “-Com muito cuidado,envolvo o cãozinho em minha blusa e sigo em frente”.
       Chego à escola,vejo a moça loira que controla o portão da entrada.Passo por ela apreensiva,com a sensação que seria naquele momento, barrada.
       Sinto o olhar da loira fixado nos meus braços e penso: “É agora que ela vai me perguntar”.Mas ela somente sorri para mim com o sorriso de sempre e diz: “-chegando atrasada hoje em mocinha”?Daí então me sente aliviada.
       Agora,mas não demora nada para esse alívio se transformar novamente em outra preocupação, pois como esconderia o cãozinho por cinco horários em sala de aula?
      Então tenho uma ideia de entrar na sala de aula e sentar na última carteira. E em um canto do armário, escondo o cãozinho.
     A turma não parece estranhar meu comportamento,todos estão empolgados com os trabalhos a ser apresentados, na aula de literatura.O relógio marca 08h40min,então bate o sinal para a troca de professores.A professora de literatura entra e anda em minha direção.Fico sem reação e ela pergunta:
   _ O que faz aí Daniela?Volte para o seu lugar imediatamente. Fico sem palavras,fixo meu olhar no dela, minhas pernas ficam tremulas. A turma fica em silêncio e toda a atenção se volta para mim. Naquele momento os ponteiros do relógio parece parar e até o tempo queria ouvir uma resposta. Foi então que a minha blusa começou a se mexer ao lado da minha carteira. E a cabecinha daquele fofo cãozinho é descoberta. Daí sem precisar inventar “desculpa” é revelado o motivo de estar sentada ali.
        Logo me encontro rodeado por amigos, todos querendo pegar aquele indefeso cãozinho. E a professora que alguns instantes atrás demonstrava estar furiosa, abre um sorriso grande e se rende aos encantos do bichinho.
      Naquele instante, sinto que aquela sexta feira não tinha sido comum igual às outras, e sim uma sexta feira especial!
      Então sinal bate 11;30, termina a aula, e retorno ao meu caminho de volta para casa, com o meu mais novo amigo.

   Ansiosa agora estava para ver a reação d minha mãe ao chegar a casa com o meu cãozinho.

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