1 INTRODUÇÃO
Objetiva-se com este trabalho realizar uma pesquisa
bibliográfica teórico-conceitual que embase a discussão sobre os aspectos da
prática com criança de 3 a 5 anos.
Primeiramente foi realizada a leitura do texto
proposto e a apreciação do vídeo, seguida de uma pesquisa complementar na
internet e em livros para elaboração da presente produção textual.
2 DESENVOLVIMENTO
A partir do momento em que a criança passou a ser
aceita socialmente como um sujeito de direito, passou a ter o reconhecimento
formal de direitos e também as condições do seu exercício através de uma plena
participação e de um real protagonismo.
Na concepção de Sarmento a criança é um cidadão pequeno, mas,
nem por isso menor. Ele reconhece a criança como um ator social, pleno e
integrado à sociedade e, acima de tudo, produtor de cultura. Neste sentido, a escola precisa se estruturar
de forma a dar condições desse ator social se formar, crescer e participar das
interações sociais.
Para Sarmento os educadores somente serão capazes de cumprir
seu papel se estiverem atentos às necessidades dos alunos e da comunidade e
aproveitarem as oportunidades dadas pela realidade dos pequenos e da escola,
considerando inclusive o que é imprevisível. Para educar, é preciso aproveitar
não só os recursos pedagógicos existentes como também as dinâmicas sociais
geradas em cada contexto.
Ouvir a criança passa a ser
para Sarmento a base de todo trabalho pedagógico, pois, as crianças dizem muito
sobre a sociedade. É importante considerar que eles
não se comunicam usando só a linguagem verbal, mas também se valendo de
representações e desenhos que revelam coisas absolutamente extraordinárias.
Eles dão informações muito consistentes sobre a reprodução do mundo e da vida.
As crianças têm, porventura, maior plasticidade que os adultos quando se trata
de interpretação cultural e de compreender o outro. No entanto, isso não
significa que elas sejam incapazes de excluí-lo ou recusá-lo ou ainda de
expressarem afirmações racistas e até mesmo bastante violentas.
Junqueira fala de um protagonismo compartilhado, onde crianças e adultos
(alunos e professores) compartilhem o protagonismos, ou seja, ambos se
relacionem mostrando o que pensam sobre o conhecimento e seu entorno. Junqueira
destaca ainda que geralmente na escola, principalmente na Educação Infantil, o
protagonista é sempre o professor devido a sua estreita relação com o
conhecimento.
As crianças têm um jeito singular de ser no mundo, o jeito delas de ser
protagonistas e não precisam mudar este jeito para atender ao conceito de
protagonismo que o adulto espera deles. Junqueira destaca que tanto o aluno
quanto o professor pode exercer seu protagonismo sem anular um ao outro e é
este o caminho que ele coloca para as práticas pedagógicas. Neste contexto, o olhar das crianças é que devem orientar os
projetos de trabalho dos professores. Pois, existem infinitas possibilidades de
expressão do ser humano em sua primeira idade.
Deve-se considerar o papel de protagonista da
criança em sua educação, proporcionando controle sobre os direcionamentos da
aprendizagem e valorização de sua linguagem pela maneira singular que cada criança
tem para se expressar.
O conceito de protagonismo infantil envolve uma
concepção da criança como ator social, tanto em suas próprias vidas como na
sociedade. É um conceito que entende a criança como pessoas com direitos,
capacidades e valores próprios, participantes de seu processo de crescimento e
desenvolvimento.
Por
isso, o protagonismo, definitivamente, não é só uma proposta conceitual, senão
que possui de modo inerente um caráter político, social, cultural, ético,
espiritual, que, portanto, reclama uma pedagogia e convida a repropor o
‘status’ social da infância e do adulto, de seus papéis na sociedade local e no
conceito dos povos. (SARMENTO, SOARES E TOMÁS,2015).
Conforme
afirmou Junqueira o protagonismo significa assumir responsabilidades,
contribuir e construir conjuntamente, em tal sentido o considera como ponto de
união, de encontro, não compatível com nenhuma forma de separação ou dispersão.
Implica interação e interrelação com o seu ambiente, com os outros. Não é um eu
protagonista, é um nós; o protagonismo, como tal, tem que ser fecundo no
desenvolvimento do protagonismo dos outros.
A
construção pedagógica das escolas que incentivam a participação juvenil deve-se
concretizar dentro de uma perspectiva sócio construtivista onde o
conhecimento se constrói através da ação do sujeito, se constrói no
contexto, junto com a inovação social e com a cultura do grupo, crianças
aprendem pelas experiências e nas experiências da ação e do fazer.
Desta forma, compreender a criança
protagonista remete-nos a entendê-la como sujeito ativo e produtora de cultura.
A Educação Infantil é um espaço de criação das culturas infantis, a criança é
protagonista nesse sistema de relações e trocas com os demais sujeitos, que as
possibilita viver experiências ricas e diversificadas em interação com a
realidade social, cultural e natural (SAROBA, 2014).
O
professor deve ter dentro outras ações, um cuidado com o espaço, com ambiente
escolar, considerando seu importante papel de propiciar a interação das
crianças com várias situações e pessoas. Para tanto as crianças devem ser
estimuladas a tocar, sentir, fazer, se relacionar e explorar o que está a sua
volta, para conhecerem a si mesmas e ao mundo no qual estão inseridas.
A
relação entre as crianças e os vários ambientes deve ser sempre estimulada,
buscando favorecer novas experiências para as crianças, desde a visita a
cozinha, a sala de arte, sugerindo a não-divisão dos potenciais educativos.
A estrutura física da escola deve ser pensada na busca de um ambiente educativo
e lúdico, fazendo com que o espaço seja considerado “um terceiro professor”
Uma
educação com o pressuposto do protagonismo infantil, deve considerar que as
crianças é que orientam os rumos da sua aprendizagem, não são sujeitos passivos
que aprendem, mas, atores do seu processo de aprendizagem. Nesse processo, a
criança argumenta e se expressa, o que produz com suas mãos, como brinca, como
debate idéias, como sua investigação funciona. O professor participa do trabalho das crianças, mas não
se coloca de forma frontal e sim como construtor do percurso construído,
numa direção compartilhada e solidária com as crianças.
Saroba (2014, pag. 1) entende que,
a
Educação Infantil se constitui em um importante espaço de interações e trocas
entre os protagonistas que integram nesse espaço. A criança, por sua vez, sendo
um dos protagonistas, deve ter garantido o seu espaço de participação. Contudo,
necessita viver experiências na escola, as quais possam expressar suas
potencialidades, desenvolvimento, e construir conhecimento através de trocas
construídas nas relações com os adultos com as outras crianças e o ambiente a
que se insere.
O professor deve ter a imagem da
criança como alguém potente, forte, poderosa, capaz de construir estratégias de
aprendizagem, atenta à sua atualidade, que toma decisões e que, na interação
com o outro, constrói conhecimento.
O professor deve considerar o espaço como um
instrumento de estímulo para as
crianças, transmitindo segurança e sensação de acolhimento, respeitando a faixa
etária e o seu desenvolvimento. A relação entre as crianças e os vários
ambientes deve ser sempre estimulada, buscando favorecer novas experiências. A
estrutura física da escola deve ser pensada na busca de um ambiente educativo e
lúdico.
A escola deve ser entendida não apenas na finalidade de ensinar as
crianças conteúdos escolares as crianças, mas levá-las a descobrirem o mundo, a
entender como a comunicação melhora a autonomia do individuo e de sua relação
com o grupo. Para tanto, faz-se necessário valorizar o potencial que o diálogo,
o debate têm para repensar seus modos de agir e de comunicar suas experiências.
A educação não é neutra, ela tanto produz quanto transforma a
realidade, é através deve que o professor e os demais profissionais fazem nascer
uma proposta de educação infantil numa concepção de criança portadora de
história, capaz de múltiplas relações, construtora de culturas infantis,
sujeitos de direitos.
A criança é entendida como protagonista deve ser vista como ativa,
inventiva, capaz de explorar, curiosa, exprimindo-se nas suas diferentes 100
linguagens, ou seja, a criança deve ser o centro da proposta educativa. Por
isso, a importância fazerem as crianças se sentirem reconhecidas como sujeitos
de direitos individuais, como portadoras e construtoras de suas próprias
culturas, participantes ativas da organização de suas identidades, autonomias e
competências através das relações com os colegas, com os adultos, com as idéias
e imaginários.
O professor deve considerar em sua proposta pedagógica o respeito
aos direitos das crianças de realizarem e expandirem suas potencialidades,
valorizando-as, dando importância ao afeto, satisfazendo as necessidades de
aprendizagens, mais do que transmitir os conhecimentos e habilidades,
incentivarem a busca das estratégias de pensar e agir. Olhar para as crianças
como: dimensão de valor de uma humanidade.
Os professores devem ter como tarefa prioritária, a escuta e
o reconhecimento das múltiplas potencialidades de cada criança, observada e atendida
em sua individualidade, apóia a consolidação de pontes entre as diversas
descobertas da criança, pela ideia de experimentar, de descobrir o mundo.
A
troca de experiências deve ser incentivada entre os alunos, criando espaços que
estimule a fala, o debate, onde a
participação de todos é encorajada. Ao
professor cabe o estímulo, a mediação para que a criança amplie sua percepção e
faça conexões que produzam novas leituras, também reforça que
independente da experiência adquirida, o conhecimento é um patrimônio
de todos.
O professor deve participar do trabalho das crianças, mas não
se deve colocar de forma frontal e sim como construtor do percurso
construído, numa direção compartilhada e solidária com as crianças.
Outro aspecto importante de uma escola preocupada com o
protagonismo infantil é a perspectiva inclusiva e valorização da diversidade.
As escolas devem manter uma capacidade de integração com todas as crianças. A
postura dos profissionais deve evidenciar outro valor comum a essa experiência educativa: o acolhimento irrestrito das diferenças.
3 CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O presente trabalho nos
proporcionou uma reflexão acerca do protagonismo infantil na educação. Pudemos
perceber que em todo momento a criança precisa ser vista como protagonista,
como alguém capaz de apreender com o meio e ler o mundo utilizando diversas
linguagens.
O trabalho fortaleceu nossa
concepção sobre o conceito de protagonismo infantil, como um processo onde a
criança é valorizada como sujeito ativo, capaz de interpretar o mundo utilizando
multiplicas linguagens.
Acreditamos que a proposta de
protagonismo compartilhado é muito adequada para a Educação Infantil e que
recebendo uma formação como esta as crianças terão melhores condições de se
posicionar como cidadãos diante da sociedade, sendo capaz de opinar, expressar
ideias e interpretar o mundo que a cerca.
REFERÊNCIAS
NICOLIELO, Bruna. Conheça
experiências brasileiras inspiradas em Reggio Emília. Disponível no site http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/conheca-experiencias-brasileiras-inspiradas-reggio-emilia-770428.shtml#ad-image-0
acesso em 02/10/2015.
Reportagem especial:
as escolas de educação infantil de Reggio Emília – Itália. Disponível no
site https://www.youtube.com/watch?v=4j8mtA_iDss.
Acesso em 01/10/2015.
SAROBA, Camila Benatti. A
Criança Como Protagonista De Transformação Na Escola: A Educação Empreendedora
Em Questão. Revista Primus Vitam Nº 7 – 2º semestre de 2014. Disponível no
site < http://mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/CCH/primus_vitam/primus_7/camila.pdf>
acesso em 25/10/2015.
JUNQUEIRA,
Gabriel. Protagonismo compartilhado.
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=45fug0nE7j0.
Acesso em 16/10/2015.
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