INSTRUÇÕES:
1. Preencha o cabeçalho.
2. Leia sempre
atentamente todas as questões antes de respondê-las
3. Faça letra legível,
evite rasuras e use caneta azul ou preta.
4. Faça a revisão antes
de entregar a prova e BOA SORTE!
5. A prova consta de 20
acertos de 0,3 pontos
Meu Ideal Seria Escrever... Rubem
Braga
Meu ideal seria escrever uma
história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta
quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar
e dissesse -- "ai meu Deus, que história mais engraçada!". E então a
contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a
história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente
espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de
sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa,
enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e
depois repetisse para si própria -- "mas essa história é mesmo muito
engraçada!".
Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse -- e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse -- "por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago -- mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina".
E quando todos me perguntassem -- "mas de onde é que você tirou essa história?" -- eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história...".
E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.
Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse -- e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse -- "por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago -- mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina".
E quando todos me perguntassem -- "mas de onde é que você tirou essa história?" -- eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história...".
E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.
A
crônica acima foi extraída do livro "A traição das elegantes",
Editora Sabiá - Rio de Janeiro, 1967, pág. 91.
01)
Por que o autor deseja escrever uma história engraçada?
_______________________________________________________________________________________________
02)
Por que ele diz que a moça tem uma casa
cinzenta, e não verde, azul ou amarela?
___________________________________________________________________________________________________
03) Ao descrever um raio de sol, o autor lhe
atribui características que, de certa forma, se opõem às da moça. Cite algumas
dessas características opostas.
_______________________________________________________________________________________________________
4)Como
você interpretaria a oração “que todos limpassem seu coração com lágrimas de
alegria”? _______________________________________________________________________________________________
05) O autor sonha em tornar mais felizes e
sensíveis apenas as pessoas de seu país? Justifique.
___________________________________________________________________________________________________
6)
Relacione as colunas conforme as reações das pessoas diante da história:
(a)
moça triste (
) libertaria os detentos, dizendo-lhes para se comportarem, pois não gostava de
prender ninguém
(b)
amigas da moça triste (
) sentir-se-ia tão feliz que se lembraria do alegre tempo de namoro
(c) casal mal-humorado ( )
ficariam espantadas com a alegria repentina da moça
(d) comissário do distrito ( ) concluiria que teria
valido a pena viver tanto, só para ouvir uma história tão engraçada.
(e)
sábio chinês ( )
ficaria feliz e contaria a história para a cozinheira e as amigas
07) Por que o autor não contaria
aos outros que havia inventado a história engraçada para alegrar a moça triste
e doente? Assinale a alternativa
correta:
(a)
porque, na verdade, a moça triste não existia.
(b) por
que ele mesmo não achava a história engraçada
(c) por
modéstia e humildade
(d)
porque não acreditariam que ele fosse capaz de inventar aquela história
_________________________________________________________________________________________________
08)
Afinal, que história Rubem Braga inventou para alegrar e comover tantas
pessoas?
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09) Na
sua opinião, o que mais sensibiliza as pessoas: histórias engraçadas ou
dramáticas? Justifique.
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O texto a seguir é referência para as questões 10 a1 4.
O texto a seguir é referência para as questões 10 a1 4.
Reduzir a
poluição causada pelos aerossóis – partículas em suspensão na atmosfera,
compostas principalmente por fuligem e enxofre – pode virar um enorme tiro pela
culatra. Estudo de pesquisadores britânicos e alemães revelou que os aerossóis,
na verdade, seguravam o aquecimento global. Isso porque eles rebatem a luz
solar para o espaço, estimulando a formação de nuvens (que também funcionam
como barreiras para a energia do sol). Ainda é difícil quantificar a influência
exata dos aerossóis nesse processo todo, mas as estimativas mais otimistas
indicam que, sem eles, a temperatura global poderia subir 4 ºC até 2100 – as
pessimistas falam em um aumento de até 10º, o que nos colocaria “dentro” de uma
churrasqueira. Como os aerossóis podem causar doenças respiratórias, o único
jeito de lutar contra a alta dos termômetros é diminuir as emissões de gás
carbônico, o verdadeiro vilão da história. (Superinteressante, dez
2005,p-16)
___________________________________________________________________________________________________
10. Assinale a alternativa cujo sentido NÃO está de acordo com o sentido que a expressão “pode virar um enorme tiro pela culatra” apresenta no texto.
a) Pode ter o efeito contrário do que se pretende.
b) Pode aumentar ainda mais o problema que se quer combater.
c) Pode fazer com que o aquecimento global aumente.
d) Pode provocar diminuição na formação de nuvens.
e) Pode aumentar a ocorrência de doenças respiratórias.
11. Assinale a alternativa cuja afirmativa mantém relações lógicas de acordo com o texto.
a) Os aerossóis seguram o aquecimento global porém estimulam a formação de nuvens.
b) Os aerossóis seguram o aquecimento global mas estimulam a formação de nuvens.
c) Os aerossóis seguram o aquecimento global pois estimulam a formação de nuvens.
d) Os aerossóis seguram o aquecimento global e estimulam a formação de nuvens.
e) Os aerossóis seguram o aquecimento global entretanto estimulam a formação de nuvens.
12. Segundo o texto, “o verdadeiro vilão da história” é(são):
a) o aquecimento global.
b) as emissões de gás carbônico.
c) a formação de nuvens.
d) as doenças respiratórias.
e) as barreiras para a energia do sol.
___________________________________________________________________________________________________13-. O termo “pessimistas” está se referindo às:
a) temperaturas.
b) pessoas.
c) influências.
d) estimativas.
e) barreiras.
________________________________________________________________________________________________14. Considere o seguinte trecho:
“ Em vez do
médico do Milan, o doutor José Luiz Runco, da Seleção, é quem deverá ser o
responsável pela cirurgia de Cafu. Foi ele quem operou o volante Edu e o
atacante Ricardo Oliveira, dois jogadores que tiveram problemas semelhantes no
ano passado.”
O termo “ele”, em destaque
no texto, refere-se:a) ao médico do Milan.
b) a Cafu.
c) ao doutor José Luiz Runco.
d) ao volante Edu.
e) ao atacante Ricardo Oliveira.
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Leia o texto a seguir e responda às
questões.
Rio - Além das vitórias contra
Colômbia, por 2 a 1, e Equador, por 1 a 0, e da liderança absoluta nas
eliminatórias do Mundial de 2006, o técnico Carlos Alberto Parreira e o
coordenador da seleção brasileira, Zagallo, têm outro motivo para comemorar o
início da campanha do hexacampeonato. Eles acreditam ter conseguido quebrar a
resistência em torno do nome do meia Zé Roberto. “Nunca duvidei da capacidade
dele, um jogador que vem melhorando a cada temporada”, disse Parreira. O
treinador reconhece que parte da crítica observava o meia do Bayern de Munique
com ressalvas. “Por desinformação, creio.”Para Zagallo, o jogador é importante
como opção de ataque, no instante em que a zaga adversária se concentra em
Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, e também para ajudar no bloqueio, no
meio-de-campo.“O Zé Roberto foi bem no ataque várias vezes nos treinos antes
dos dois jogos e repetiu isso depois, notadamente contra a Colômbia, afirmou.
“Tem gente que só gosta de reclamar e não quer enxergar o óbvio.”Os elogios vêm
de toda parte. O atacante Ronaldo atribuiu a Zé Roberto a base de equilíbrio da
equipe e acrescentou que o meia sabe dar dribles curtos que deixam o marcador
sem rumo. O lateral Roberto Carlos também enalteceu o colega.(O Estado de S. Paulo, E6, 14 setembro 2003)15- O texto informa que:
(A) o técnico Parreira tem várias opções de ataque para os próximos jogos da Seleção, com Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho.
(B) os atacantes da Seleção brasileira reclamaram da atuação de Zé Roberto, por estarem desinformados de sua capacidade.
(C) Roberto Carlos criticou, pois queria que o colega o ajudasse no bloqueio, o que não aconteceu, nos jogos da Seleção.
(D) Zé Roberto teve importante atuação nos treinos e no último jogo da Seleção contra a Colômbia.
___________________________________________________________________________________________________
16- Eles acreditam ter conseguido quebrar a resistência em torno do nome do meia Zé Roberto.
A frase grifada acima significa, respeitando-se o sentido do texto,
(A) diminuir a defesa.
(B) reconhecer os obstáculos.
(C) afastar a oposição.
(D) medir a capacidade.
17- Este texto trata, principalmente, da
(A) excelente atuação de Zé Roberto, na última convocação da seleção.
(B) merecida vitória da seleção, especialmente contra o Equador.
(C) apresentação dos jogadores convocados pelo técnico Parreira.
(D) presença de Zagallo como coordenador da seleção brasileira.
___________________________________________________________________________________________________18-- De acordo com o texto,
(A) O Brasil jogou primeiramente contra o Equador e depois contra a Colômbia.
(B) A Seleção fez dois jogos, o primeiro deles, contra a Colômbia.
(C) O jogo contra o Equador aconteceu logo depois dos treinos.
(D)
Zé Roberto foi elogiado ainda antes dos jogos da seleção.
A afirmação acima reproduz:
(A) um fato ocorrido durante os treinos.
(B) uma dúvida dos torcedores.
(C) a opinião do técnico Parreira.
(D) um fato que deverá acontecer.
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