Introdução
A escravidão no Brasil teve
início com os portugueses no período da colonização, pois, não existia
mão-de-obra para a realização de trabalhos manuais. Diante disso, eles
procuraram usar o trabalho dos índios nas lavouras; entretanto, esta escravidão
não pôde ser levada adiante, pois os religiosos católicos se colocaram em
defesa dos índios condenando sua escravidão. Assim, os portugueses passaram a
fazer o mesmo que os demais europeus daquela época. Eles foram à busca de
negros na África para submetê-los ao trabalho escravo em sua colônia. Deu-se,
assim, a entrada dos escravos no Brasil. De acordo com historiadores, entre
1530 e 1850, cerca de 3,5 milhões de negros africanos foram trazidos para o
Brasil para trabalharem como escravos.
Até que surge a Lei Áurea,
assinada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888 e a escravidão foi
diminuindo gradativamente.
A
abolição da escravidão no Brasil
Os negros, trazidos do
continente Africano, eram transportados dentro dos porões dos navios negreiros.
Devido as péssimas condições deste meio de transporte, muitos deles morriam
durante a viagem. Após o desembarque eles eram comprados por fazendeiros e
senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e desumana.
No ano de 1888 a escravidão foi abolida através da Lei Áurea,
que foi assinada pela princesa Isabel no dia 13 de maio daquele ano. Essa
medida beneficiou uma grande quantidade de escravos que ainda existia no país.
Por outro lado, essa mesma medida incomodou os vários proprietários de terra
que ainda dependiam da exploração do trabalho escravo para produzirem gêneros
agrícolas em suas propriedades. Contudo, não podemos achar que a escravidão
acabou no Brasil do dia para a noite.
No século XIX já havia movimentos que
defendiam o fim da escravidão. Diversos pensadores dessa época já consideravam
a escravidão um abuso e um grande problema para qualquer nação que tivesse a
intenção de se desenvolver. A partir da década de 1850, percebemos que o
movimento abolicionista no Brasil começou a ter maior visibilidade e isso se
deve a alguns acontecimentos importantes que marcaram essa mesma época.
Em 1845, os ingleses impuseram uma lei
realizando a prisão de toda a embarcação que estivesse no Oceano Atlântico
transportando escravos africanos. Isso fez com que o número de escravos vindos
para o Brasil diminuísse e o preço deles se elevasse justamente num tempo em
que as lavouras de café aumentavam no país. Pouco tempo depois, no ano de 1850,
o governo brasileiro aprovou a Lei Eusébio de Queirós. Essa lei proibia
definitivamente a importação de escravos para o país. Desse modo, o preço do
escravo ficou ainda mais caro para os grandes proprietários de terra.
Para suprir a falta de escravos, os
proprietários de terra passaram a atrair imigrantes europeus que ocupariam as
vagas de trabalho existentes nas lavouras. Para alguns intelectuais
brasileiros, essa presença era benéfica na medida em que os europeus eram
considerados “superiores”. Mais do que trazer a cultura europeia para o Brasil,
a presença dos imigrantes viria, ao longo das décadas, promover o
“branqueamento” da nossa população. Esse era outro argumento dos intelectuais
que na época, infelizmente, acreditavam que os negros e mestiços eram grupos
raciais com menor capacidade intelectual.
Após a Lei Eusébio de Queirós, podemos
destacar outras leis abolicionistas que foram aprovadas pelo governo de Dom
Pedro II. No ano de 1871, a Lei do Ventre Livre determinou que todos os filhos
de escravos nascidos a partir daquela data estariam livres. Apesar de livrar as
próximas gerações da escravidão, essa medida só era aplicada assim que o filho
de escravo atingisse os 21 anos de idade. O filho de escravo passava uma parte
de sua infância e juventude na fazenda junto aos demais escravos, tendo sua
força de trabalho explorada. Além disso, após atingir a maioridade, encontrava
dificuldades em abandonar seus pais e enfrentar uma vida incerta.
Dezesseis anos mais tarde, no ano de 1885, a
Lei dos Sexagenários livrava os escravos com mais de sessenta anos da
escravidão. A medida também tinha uma aparência benéfica. Contudo, era muito
pequena a quantidade de escravos com mais de sessenta anos. No século XIX, a
média de idade da população girava em torno dos quarenta anos de idade. Além
disso, devemos lembrar que um escravo idoso trazia mais despesa do que lucro
para o seu proprietário. Sendo assim tal lei teria um impacto pequeno na
população de escravos.
Quando atingimos a década de 1880, vemos que
diferentes setores da sociedade defendiam o fim da escravidão. Ao mesmo tempo,
devemos salientar que um número significativo de proprietários de terra
empregava a mão de obra dos imigrantes europeus no lugar dos escravos, que
tinham um preço ainda mais elevado nessa época. Dessa forma, já tínhamos a
clara impressão que a extinção do trabalho escravo no Brasil seria uma questão
de tempo.
Sendo assim, no ano de 1888, quando a princesa
Isabel estabeleceu o fim da escravidão pela Lei Áurea, essa modalidade de
exploração da mão de obra se mostrava inviável. Devemos aqui destacar que a
abolição só deu fim à escravidão, mas não deu fim à exploração do trabalho dos
ex-escravos. Afinal de contas, a Lei Áurea não contava com nenhum tipo de
auxílio ou projeto que facilitasse o grande número de negros libertos a serem
devidamente inseridos na sociedade brasileira.
Observando todos esses fatos que marcam o fim
da escravidão no Brasil, temos a nítida impressão que tudo ocorreu de modo
lento. Da lei Eusébio de Queirós até a Lei Áurea passaram-se quase
quarenta anos. Ao mesmo tempo, as leis aprovadas nesse meio tempo eram de
impacto lento ou muito tímido. Por fim, vemos que a lei que encerra a exploração
da força de trabalho dos negros não falava sobre os desafios e problemas que
essa grande parcela da população enfrentaria a partir daquele momento.
Conclusão
Após a abolição, a vida dos negros brasileiros continuou muito difícil.
O estado brasileiro não se preocupou em oferecer condições para que os
ex-escravos pudessem ser integrados no mercado de trabalho formal e
assalariado. Muitos setores da elite brasileira continuaram com o preconceito.
Prova disso, foi a preferência pela mão-de-obra europeia, que aumentou muito no
Brasil após a abolição. Portanto, a maioria dos negros encontrou grandes
dificuldades para conseguir empregos e manter uma vida com o mínimo de
condições necessárias de moradia e educação principalmente. Atualmente a luta
dos negros é pela igualdade racial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário