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Ivani Ferreira é professora e blogueira . Possui graduação em Letras pela Faculdade Asa de Brumadinho (2006), Normal Superior pela Universidade Federal de Montes Claros(2005), especialização em Psicopedagogia pela Universidade Federal Castelo Branco (2007), Supervisão Pedagógica pela FINON (2008). Professora efetiva na rede Municipal de Brumadinho desde 2005, porém, atua na rede municipal com turmas da Educação Infantil , Ensino Fundamental 1 e 2 , desde o ano de 2002. Trabalhou como supervisora pedagógica na Escola Municipal Leon Renault- Brumadinho/MG (2013- 2016). Atualmente trabalha como professora da Educação Infantil na EMEI Nair das Graças Prado em Brumadinho/MG. Sejam bem vindos(as)!!! Instagram.com/professoraivaniferreiraoficial

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Matéria sobre a saudosa Cachoeira dos Antunes- Jornal Gazeta


      CACHOEIRA DOS ANTUNES:

               30 ANOS APÓS A DESAPROPRIAÇÃO.

 Matéria publicada no link abaixo:

         CACHOEIRA DOS ANTUNES:

               30 ANOS APÓS A DESAPROPRIAÇÃO.


      O Distrito de Cachoeira dos Antunes recebeu esse nome devido a linda cachoeira, que era uma atração local, e a família Antunes que ali habitavam. Com menos de mil habitantes, apenas uma rua principal, uma venda, uma mercearia e um bar, todos moradores eram conhecidos, amistosos e que tinham prazer em trocar gentilezas, receber visitas e oferecer cafezinhos com quitandas feita no forno a lenha. A igreja ao final da longa escadaria era um local de encontros, bênçãos e muitas festividades. Contava sempre com a tradicional banda de música abrilhantando os eventos. As escadarias da igreja servia também de bancos para bate papo dos amigos e casais de namorados. A atração turística era cachoeira com uma linda queda d’agua, onde jovens de várias cidades e localidades iam para acampar aos finais de semana.
      No ano de 1988, com o objetivo de atender a demanda e ofertar água em abundância para a população de Belo horizonte, a Copasa, desapropriou a população de Cachoeira dos Antunes e todo o seu entorno. Em nome do “progresso” as famílias foram “desapropriadas” forçadas a deixar suas terras, para que no local fosse construída a atual barragem/Sistema de Captação de Água Rio Manso, obra idealizada pelo Governador Newton Cardoso. Do ponto de vista teórico, desapropriação é o procedimento através do qual o Poder Público compulsoriamente despoja alguém de uma propriedade e a adquire, mediante indenização. Foi o que aconteceu naquela época, com os moradores que eram amigos, parentes, trocavam gentilezas e confiavam uns nos outros e viviam utilizando mercadorias produzidas em suas terras como moeda de troca, fatos que acontecem no interior, uma família produz fubá e troca por arroz produzido em outra propriedade. A “palavra” valia muito e tinha valor diante desse modo de vida simples.
     No decorrer das negociações apareceram os oportunistas, sabe-se que, onde tem dinheiro envolvido tem as pessoas querendo se dar bem, ter lucro imediato a custas do sofrimento alheio.  O povo já sofrido em ter que deixar suas propriedades, tiveram que distinguir o bem e o mal, perceber que palavra de charlatões e enganadores não valem nada. Vieram os contratos com advogados negociações e corretores fingindo ser amigos. Para receber as indenizações os advogados recebiam, geralmente, 10% do valor total. Corretores oferecendo casas e terrenos visando lucros altos e por fim, teve o plano Collor, que confiscou o dinheiro que o povo havia deixado aplicado na poupança. Houve conterrâneos mais conservadores que vieram a falecer de tristeza e angústia. Enfim, teve muita dor sofrimento, decepções e perdas de vários lados.
     As famílias que residiam Cachoeira dos Antunes em propriedades vizinhas se mudaram para diversos lugares: Rio Manso, Brumadinho, Igarapé, Souza, Bernardas, São Joaquim de Bicas, Carmópolis, Itatiaiuçú, Itaúna, dentre outras. Após a mudança, todas as famílias, começaram uma nova vida, com novas adaptações e muitas saudades de um local que não existe mais para ser visitado.
     Mediante a saudade, foi criado um grupo no facebook para resgatar e manter vivas as memórias de um povo. O grupo “Cachoeira dos Antunes/ Resgatando Memórias” conta com mais de mil membros e todos colaboram com fotos e relatos sobre o passado. Nesse reencontro online, todos saudosamente relatam sobre suas novas vidas, saudades, perdas e almejam um reencontro de ex moradores mas que ainda não foi possível concretizar.
Muito triste pensar que em nome do “progresso” toda uma comunidade foi inundada!
               “Um povo sem memória é um povo sem história”.


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Um pouco mais de história.....


Cachoeira dos Antunes,Rio Manso/MG





               “Um povo sem memória é um povo sem história”.
#professoraivaniferreira





























































 Informações sobre Cachoeira dos Antunes

Em meados de 1988, a população de Cachoeira dos Antunes (município de Rio manso) e todo o seu entorno, foram desapropriados, para que no local fosse construída a barragem/Sistema de Captação de Água Rio Manso, obra idealizada pelo Governador Newton Cardoso.

     As famílias que residiam Cachoeira dos Antunes em propriedades vizinhas se mudaram para diversos lugares: Rio Manso, Brumadinho, Igarapé, Souza, Bernardas, São Joaquim de Bicas, Carmópolis, Itatiauçú, Itaúna.... etc.

     O Sistema de captação de Água/Rio Manso foi inaugurado em 1991 e hoje é o maior da COPASA  possuindo outorga para captar 10,5 m3/s no lago.

     Após a mudança, todas as famílias, começaram uma nova vida, com novas adaptações e muitas saudades de um local que não existe mais para ser visitado.

Principais contribuintes da barragem/Rio Manso


Rios Manso e Veloso e os córregos Souza, Provisório, Grande, Lamas, do Cruzeiro, das Pedras, Taboca, da Pinguela, Areias e Quéias.

Matéria - Jornal das Gerais!
                                                               

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