quarta-feira, 27 de março de 2013

Orientações de como trabalhar no maternal

OBS: A pesquisa abaixo foi extraída do site NOVA ESCOLA,. Eu utilizo as orientações para montar meus planos de aula. No site também tem os planos de aula(orientação) para cada eixo.

http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/creche-pode-ensinar-548829.shtml
 

Eixos de aprendizagem das Creches/EMEI's

 

O que a creche pode ensinar?


 
Entenda quais são as experiências de aprendizagem para crianças até 3 anos e saiba como cada uma delas influencia no desenvolvimento infantil

No Brasil, a ideia de um currículo para a Educação Infantil nem sempre foi aceita. O termo, porém, ganhou força na última década, quando passou a ser de fato compreendido como um conjunto de práticas intencionalmente planejadas e avaliadas - um projeto pedagógico que busca articular experiências e saberes da criança para inseri-la na cultura, capaz de prepará-la para encarar o Ensino Fundamental da melhor maneira possível.

Para Jean Piaget, o sujeito constroi seu próprio conhecimento, processo que se dá a partir da interação com os outros e com o mundo dos objetos e das ideias. Por isso, o currículo da creche deve apontar quais experiências de aprendizagem são fundamentais para o desenvolvimento da criança, levando-se em conta as principais conquistas deste período, como a marcha, a linguagem, a formação do pensamento simbólico e a sociabilidade. É este projeto pedagógico que vai orientar as ações e definir os parâmetros de desenvolvimento dos meninos e meninas.

Em 1998, o Ministério da Educação (MEC) publicou o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, documento que aponta metas de qualidade para garantir o desenvolvimento das crianças na creche e na pré-escola. Mas a elaboração de propostas curriculares municipais é bem mais recente.

Conheça, abaixo, os sete eixos de aprendizagem da creche organizados por NOVA ESCOLA para oferecer cuidado, segurança, acolhimento e condições para o desenvolvimento subjetivo e intelectual das crianças entre 0 e 3 anos.


1. Exploração dos objetos e brincadeiras

O brincar é o principal modo de expressão da infância e uma das atitudes mais importantes para que a criança se constitua como sujeito da cultura.

Quando brinca, a criança usa seus recursos para explorar o mundo, amplia sua percepção sobre o ambiente e sobre si, organiza o pensamento, além de trabalhar seus afetos e sensibilidades. Entre 0 e 2 anos, os bebês praticam os chamados jogos de exercício - as brincadeiras sensório-motoras designadas por Piaget, como quando os pequenos descobrem novos objetos ou imitam os gestos corporais e vocais de seus parceiros mais experientes, colocando em ação um conjunto de condutas que os ajudam a desenvolver suas potencialidades.

Por isso, desde o berçário, o professor deve observar e registrar as ações das crianças ao longo da brincadeira para propor desafios diferenciados, de acordo com a idade e a situação. O controle do corpo, os movimentos, as expressões e a exploração dos cantinhos - espaços da creche intencionalmente organizados para propor desafios - motivam os pequenos.

A partir dos 2 anos, as brincadeiras tradicionais, como as cirandas, são facilmente aprendidas e o faz de conta propicia a criação por meio de uma negociação de significados e regras compartilhadas. Quando brincam de faz de conta as crianças analisam aspectos da vida cotidiana e conquistam espaços de poder que as auxiliam a confrontar o mundo e os adultos. E é o faz de conta uma das principais marca da entrada da criança no jogo simbólico, no universo da cultura e da sociabilidade.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO Proponha brincadeiras diárias de esconder; encaixar peças; construir pistas; experimentar as propriedades dos objetos: quais rodam e quais não, quais flutuam e quais não, quais são duros e quais são moles; jogar bola; cirandar; imitar gestos motores e vocais dos companheiros.

MINIGRUPO Brincar todos os dias é fundamental. Organize cirandas e brincadeiras de roda; brincadeiras de esconde-esconde; pega-pega; jogos com bola; faz de conta com uso de fantasias, marionetes e reprodução dos fazeres adultos.

2. Linguagem oral e comunicação

A linguagem é um bem cultural e é através dela que o pensamento humano se organiza. Na Educação Infantil é preciso garantir a constituição de sujeitos falantes por meio das brincadeiras, das cantigas de roda, dos jogos e na interação com os outros. No dia a di da creche é preciso trabalhar a expressividade das crianças intencionalmente.

A fala é o principal instrumento de comunicação dos pequenos com os professores e seus colegas. Desenvolver a oralidade, portanto, é uma das habilidades esperadas nos primeiros anos de escolaridade.

Para dominar a oralidade, os pequenos colocam em jogo muitas competências, como informar fatos, descrever, narrar, explicar, transmiti uma informação a outra pessoa, contar acontecimentos passados, manifestar opiniões, concordar e discordar, predizer, prever, levantar hipóteses, manifestar dúvidas, expressar sentimentos e emoções. Mesmo os bebês são capazes de compreender o que se passa ao redor, antes que comecem a falar. As interações sociais são fundamentais para que os gestos e balbucios evoluam para expressões orais concretas, e o professor tem o dever de acompanhar e estimular todo este processo.

Quanto à linguagem escrita, é o adulto quem mostra às crianças o significado dos livros. Antes mesmo da apreensão dessa linguagem, portanto, as crianças devem ter contato com materiais impressos - seja ouvindo histórias, seja manuseando-os. O objetivo é ampliar o repertório das crianças e ajudá-las a organizar melhor o pensamento.

Leia histórias para as crianças, escreva as histórias contadas oralmente pelos pequenos para que eles produzam seus primeiros textos, estimule a comunicação em grupo, valorize as garatujas e ensine a escrita do nome próprio ainda na pré-escola. A creche deve, também, ser uma porta para a descoberta da funcionalidade da escrita, que desperte a curiosidade e estimule o início do que será adiante desenvolvido como comportamento leitor. Segundo o psicólogo Lev Vygotsky (leia mais sobre Pensadores), é preciso fruir a linguagem que se usa para escrever e, portanto, as práticas de leitura são imprescindíveis na vida diária dos bebês.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO e MINIGRUPO O contexto rico de interações estimula a criança a expressar seus desejos, sentimentos e necessidades por meio do gestos, balbucios e das situações coletivas de comunicação. Organize rodas de conversa e atividades de observação e conte histórias. Deixe, também, que as crianças imitem os colegas e aprendam a organizar instruções para as próprias brincadeiras, seguindo receitas e regras.

3. Desafios corporais

Este eixo trata de um ponto importante de desenvolvimento. Embora os bebês se movimentem desde o nascimento, um longo caminho de aprendizagem precisa ser percorrido para que a criança domine seus movimentos, atribua significações a si, aos outros e ao mundo. As ações reflexas são, aos poucos, substituídas pela complexidade do sistema de coordenação motora - o que pode ser amplamente estimulado pelas brincadeiras e na organização dos cantos na creche, que oferecem obstáculos e desafios à movimentação.

Assim como no desenvolvimento da linguagem, o movimento pode também introduzir a criança no mundo simbólico. É um ato cultural, no qua as crianças tanto imitam, quanto criam. Conhecer o corpo inclui trabalhar diferentes áreas, como as ciências e as artes.

Por isso, o professor deve reconhecer os movimentos da criança sem considerá-los "indisciplina", mas registrando os avanços motores. É indispensável, portanto, que a escola ofereça espaços para a criança rolar, sentar, engatinhar, andar, correr, saltar, segurar objetos e arremessá-los, manipulá-los e encaixá-los.

Mantenha a regularidade das propostas que envolvem os desafios corporais e introduza, se possível, atividades esportivas, de dança e circenses ao cotidiano da creche.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO Estimule que os pequenos explorem diferentes espaços através de diversos movimentos, como engatinhar, sentar, manipular objetos, arrastar-se, rolar (circuito de obstáculos: túneis, passar por baixo de..., pneus etc.). A partir da conquista da marcha, as crianças podem aprender a correr, saltar, pular, subir e descer com maior autonomia. MINIGRUPO Propicie a exploração dos desafios oferecidos pelo espaço por meio da coordenação entre movimentos simultâneos. Ofereça, também, orientação corporal com relação às noções de frente, trás, em cima, embaixo, dentro e fora.

4. Exploração do ambiente

Para que as crianças possam aprender e agir sobre o ambiente em que estão inseridas, os cinco sentidos são mobilizados. Desde muito pequenos, os bebês são curiosos e observadores e a creche é o lugar para transformar esta curiosidade em conhecimento - sobre os animais, as plantas, os lugares, a tecnologia e o comportamento humano.

Neste eixo, os pequenos desenvolvem as habilidades para compreender o mundo físico e o social, atribuir explicações para os fenômenos da natureza e da sociedade em que vivem. Começam levando praticamente todos os objetos à boca e, aos poucos, tornam-se capazes de interpretar, de modo bastante particular, fenômenos complexos, como a diferença entre o dia e a noite.

Para tanto, estimule a observação, a construção de problemas de investigação e faça com que as crianças criem, no dia a dia, hipóteses a serem desvendadas. Na pré-escola, os pequenos devem saber como observar fenômenos constantes e esporádicos, distinguir luz e sombra, quente e frio, liso e áspero, escolher critérios de classificação dos objetos, completar modelos e reconhecer materiais diferentes. Brincadeiras, experiências e jogos que envolvam estes conhecimentos são atividades fundamentais.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO Proponha brincadeiras com água, areia, terra e pasta de maisena para a exploração de texturas e propriedades dos materiais, como a temperatura e a consistência. Faça com que as crianças reconheçam sons altos e baixos, propicie as explorações de cheiros com alimentos e objetos e apresente situações que ilustrem reações de causa e efeito, por meio de brincadeiras e interações.

MINIGRUPO Deixe que os pequenos atuem sobre objetos e materiais sob sua s; a elaboração de problemas simples; a convivência com regras; assim como a comparação de características físicas de lugares, pessoas e animais.

orientação. Estimule a criação de misturas; a observação de diferenças e semelhanças entre objeto

 

5. Identidade e autonomia

A criança se reconhece como tal a partir do reconhecimento do outro. À medida que são atendidos em suas necessidades básicas, os bebês identificam as pessoas que cuidam deles e aprendem a localizar-se no ambiente. Reconhecem que são distintos do restante do mundo ao levar os próprios pés e mãos à boca, antes dos seis meses. Em seguida, passam pelo reconhecimento da própria imagem no espelho, uma passagem fundamental para diferenciar o "eu" do outro.

Nas experiências de cuidado na creche, as crianças aprendem a vestir-se, pentear-se, alimentar-se e fazer sua higiene. Além disso, aprendem a sentir-se bem com esses hábitos. O professor - que é o principal parceiro da criança nas ações de autocuidado e precisa estar ciente do conteúdo simbólico de cada um desses hábitos - deve propiciar atividades contínuas de estímulo à autonomia, pois é com essas experiências que a criança entende as capacidades e inabilidades humanas e compreende as diferenças entre as pessoas como elementos de legitimidade. Com isso, os pequenos constroem sua forma de perceber e reagir às mais diversas situações, de acordo com possíveis regras de sociabilidade.

Na creche, a criança precisa aprender a lidar com a própria segurança. Espera-se que ao final da pré-escola os pequenos tenham hábitos regulares de higiene pessoal, controlem os esfíncteres - abandonando as fraldas por volta dos 2 anos - e auxiliem o adulto a vesti-la. Entre 2 e 3 anos, que expressem suas preferências, alimentem-se com talheres, não coloquem a mão suja na boca, não manuseiem objetos pontiagudos e busquem o próprio conforto. Por isso, a alimentação, a limpeza e organização dos espaços da escola, o conforto dos ambientes, as aprendizagens coletivas e as brincadeiras com água são pontos importantes, que precisam ser amplamente planejados pelos educadores.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO e MINIGRUPO Organize jogos interativos com adultos e crianças; faça com que os pequenos se familiarizem com a própria imagem corporal; estimule a comunicação com diferentes parceiros; ensine a apropriação de regras de convívio social e de hábitos de autocuidado; dialogue para ajudar as crianças a solucionar dúvidas e conflitos e para que reconheçam e respeitem as características físicas e culturais dos colegas.

6. Exploração e linguagem plástica

As crianças pequenas observam e atuam no mundo com curiosidade, sem obedecer a padrões previamente estabelecidos. O contato com as linguagens plásticas desde bebês estimula a capacidade de explorar formas, cores, gestos e sons. Para agir de forma produtiva nesse eixo, é fundamental valorizar a atitude investigativa dos pequenos. Uma creche com ambiente favorável e professores conscientes de que o processo dos pequenos é mais importante do que os produtos resultantes deste processo tende a formar crianças mais abertas a desafio expressivos e, portanto, às artes.

A creche deve propiciar muitos momentos de pesquisa, experimentação e variedade de materiais e suportes - que devem ser apresentados à crianças antes da realização de cada atividade. O trabalho frequente com melecas, giz, tintas feitas à base de pigmentos naturais, em cartazes, nas paredes da creche ou em folhas de papel é essencial.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO Propicie o acesso a diferentes manifestações do campo visual - desenho, pintura, fotografia e estimule o reconhecimento e a exploração das primeiras marcas gráficas.

MINIGRUPO Nessa fase a criança forma um repertório de imagens de referência. Por isso, proponha diversas experimentações artísticas co melecas, tintas e misturas, valorize as garatujas e faça com que os pequenos reconheçam os próprios desenhos e explorem as relações de espacialidade.

7. Linguagem musical e expressão corporal

Por volta dos vinte dias de idade os bebês são capazes de reconhecer a voz materna. Antes disso, no entanto, já estão imersos no mundo sonoro e conseguem distinguir a voz humana de outros ruídos. O primeiro contato com a música, nas cantigas e brincadeiras maternas, é essencial para que a criança crie vínculos - fenômeno que tende a ampliar-se no berçário, quando o bebê conhece uma profusão de sons e o professor abre um novo canal comunicativo. As músicas ligadas a gestos e a brincadeiras tornam-se fontes inesgotáveis de exploração. Com alguns meses de vida, a criança passa a chacoalhar, bater e interagir com objetos diversos, em busca de novos sons.

Para que os pequenos desenvolvam percepções de timbre, duração, altura ou intensidade sonora - mesmo que não saibam nomear essas características na creche - o professor deve cantar muito, tanto para o bebê, quanto nas atividades em grupo, além de estimular os pequenos a ouvir música, independentemente da idade. O professor tem a responsabilidade de ampliar o repertório das crianças, apresentando canções regionais e folclóricas. Assim que possível, deve organizar momentos para que as crianças acompanhem o canto utilizando instrumentos, batendo palmas ou coreografando gestos, sem exigir o ritmo exato. Desde cedo, os pequenos são capazes de reconhecer suas canções favoritas pelo movimento corporal. Jogos musicais, canções, parlendas e trava-línguas são boas atividades cotidianas.

Orientações para este eixo

BERÇÁRIO Valorize os momentos de percepção e de reação aos sons ambientes, o reconhecimento de vozes familiares e de músicas favoritas pelo movimento corporal, a produção de sons ao bater, sacudir ou chacoalhar objetos, assim como a utilização do corpo e da própria voz.

MINIGRUPO Proponha desafios de canto - individuais ou em grupo -; jogos e brincadeiras musicais. Relacione a música com a expressão corporal e a dança e ensine às crianças como identificar silêncios, pausas, sons da natureza, da cultura e passagens sonoras. Estimule-os, também, a escolher suas canções favoritas.

 

8 comentários:

  1. parabéns este blog e muito criativo sempre que preciso venho ate ele pedir ajuda

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  2. Simplesmente maravilhoso!!! Gostei muito do que li e podê proporcionar algumas ideias, ampliou ainda mais minha criatividade por meio deste contexto espetacular! Parabéns, Parabéns!

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  3. Parabéns pelo o texto, esse ano peguei um grande desafio,estou em uma salinha de creche de crianças de 1 ano e 6 meses a 2 anos. embora que eu saiba e o que deva ser trabalhado na escola ainda tem colegas que ache que se deve trabalhar como criança de 4 anos. Esta muito dificil pra mim porque ficam cobrando coisas de mim que eu sei que aquelas crianças não são capazes de realizar. estou precisando de uma ajuda caso possa me ajudar ficarei grata. Beijos.

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  4. Ainda bem que tem gente como você que compartilha o trabalho com quem tem menos experiência, obrigada!

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  5. Penso que se todos os educadores compartilhasse suas boas ou ótimas ideias as aulas poderiam ser mais prazerosas e o ensino cada vez melhor!Todos unidos pela educação de qualidade!!!

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    1. Verdade, se todos educadores fossem unidos teríamos mais educação de qualidade, obrigada por compartilhar sua experiência conosco!!!

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  6. Muito bom mesmo o texto, várias ideias legais que vou colocar em prática🤗🤗

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