quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Várias versões de Chapeuzinho Vermelho



CHAPEUZINHO VERMELHO

Era uma vez uma linda menina, que morava com sua mãe em uma bela casinha. Ela sempre usava uma capa com um chapeuzinho bem vermelho. Certo dia sua mãe pediu que ela fosse levar uma cestinha cheia de doces para sua vovó:
__ Chapeuzinho! Chapeuzinho! Vá levar essa cestinha de doce para a vovó, mas evite o caminho da floresta que é perigoso, vá pelo bosque e não fale com estranhos.
__ Está bem mamãe. Tchau. Chapeuzinho adorava sua avó, e saiu em disparada cantando de alegria:. “Pela estrada afora eu vou bem sozinha...”. Queria fazer uma surpresa para a vovó e começou a colher as flores que encontrava pelo caminho. A menina estava tão distraída com as flores quando deu de cara com o lobo mau. Ela não sabia que ele era o Lobo malvado, mas não se assustou e nem sentiu medo.
__ Bom Dia, Chapeuzinho Vermelho.
__ Bom Dia!
__ A onde você está indo?
__ Vou visitar minha vovozinha, que está muito doente.
__ Por que você não vai pela floresta, que é bem mais perto?
__ Será que é mesmo? Minha mãe disse para eu ir pelo bosque.
__ Claro que é mais perto pela floresta, sua mãe está enganada.
__ Muito obrigada Senhor Lobo, tchau.
Enquanto Chapeuzinho seguia pelo caminho da floresta, o Lobo rapidamente seguiu pelo bosque, cantando e correndo: “ Eu sou o Lobo Mau, Lobo mau....”O Lobo chegou na casa da vovozinha e bateu na porta:
__ Tum, tum! Vovó, vovozinha?
__ Quem está aí?
__ Sou eu, Chapeuzinho Vermelho - disse o Lobo disfarçando a voz.
__ Entre minha netinha, a porta está aberta. O Lobo que era muito rápido, foi entrando e de uma só vez engoliu a vovozinha. Depois vestiu as roupas dela, e ficou esperando Chapeuzinho Vermelho. Chegando na casa da vovó:
__ Tum, tum! Vovó, vovozinha?
__ Entre querida.
__ Vovó! Por que suas orelhas estão tão grandes?
__ É pra te ouvir melhor.
__ Vovó! Para que esses olhos tão grandes?
__ É para te ver melhor.
__ Credo vovó, por que a senhora está com essa boca tão grande?
__ É para te comer!!! Dizendo isso, o Lobo começou a correr atrás de Chapeuzinho. Depois de algum tempo ele tropeçou e caiu no chão. Enquanto isso a menina se escondeu dentro de um velho armário. O Lobo resolveu dar uma cochilada e começou a roncar. Uns caçadores que passavam escutaram:
__ Que ronco esquisito é esse?
__ Pois é, também estou ouvindo.
__ Vamos ver o que é?
__ Ah! É o Lobo!
__ Será que ele comeu a vovó?
Ouvindo isso, Chapeuzinho apareceu e contou toda a história:
__ Senhores o Lobo me enganou, chegou aqui antes de mim e deve ter comido minha vovozinha. Ele queria me comer também.
__ Então, o que vamos fazer? – disse um caçador.
__ Vamos cortar a barriga dele. Aproveitando que ele está dormindo cortaram sua barriga, e tiraram a vovozinha de dentro. As duas se abraçaram muito felizes.
__ E agora o que faremos com esse malvado?
__ Vamos encher a barriga dele com pedras. – disse um dos caçadores. Quando o Lobo acordou, tentou fugir, mas ele caiu e nunca mais levantou. Todos ficaram aliviados e felizes. Os caçadores foram embora, e as duas foram sentar na varanda e saborear os doces.
__ Vovó, eu prometo nunca mais desobedecer minha mamãe.
__ Isso mesmo, os filhos não devem desobedecer suas mães, elas sempre querem o melhor para seus filhinhos.
SENHORITA VERMELHO  Pedro Bandeira
    Chapeuzinho Vermelho era a mais solteira das amigas de Dona Branca (de Neve) e uma das poucas que não era princesa. A história dela tinha terminado dizendo que ela ia viver feliz para sempre ao lado da Vovozinha, mas não falava em nenhum príncipe encantado. Por isso, Chapeuzinho ficou solteirona e encalhada ao lado de uma velha cada vez mais caduca.
    Com a cestinha pendurada no braço e com o capuz vermelho na cabeça, Dona Chapeuzinho entrou com o lacaio atrás. Dona Branca correu para abraçar a amiga.
    - Querida! Há quanto tempo! Como vai a Vovozinha?
    - Branca!
    As duas deram-se três beijinhos, um numa face a dois na outra, porque o terceiro era para ver se a Chapeuzinho desencalhava.
    -  Minha amiga Branca! Por que você tem esses olhos tão grandes?
    - Ora, deixa de besteira, Chapéu!
    - Ah... quer dizer.... desculpe, Branca. É que eu sempre me distraio.... - atrapalhou-se toda Chapeuzinho. - Sabe? É que eu estou sempre pensando na minha história. Ela é tão linda, com o Lobo Mau, tão terrível...
    - Até que a sua história é passável, Chapéu - Comentou Dona Branca, meio despeitada. - Mas linda mesmo é a minha, que tem espelho mágico, maçã envenenada, bruxa malvada, anõezinhos e até caçador generoso.
    - Questões de gosto, querida....
    Dona Chapeuzinho sentou-se confortavelmente, colocou a cestinha ao lado (ela não largava aquela bendita cestinha, tirou um sanduíche de mortadela e pôs-se a comer (aliás, Dona Chapeuzinho tinha engordado muito desde aquela aventura com o Lobo Mau).
    - Aceita um brioche? - ofereceu-lhe a comilona, de boca cheia.
    - Não, obrigada.
    - Quer uma maçã?
    - Não! Eu detesto maçã!

CHAPEUZINHO VERMELHO NA VERSÃO DO LOBO MAU 1
Chapeuzinho Vermelho está andando pela floresta, para levar seus docinhos para vovozinha, quando vê uma moita se mexendo. Sem conseguir conter a sua curiosidade, espia atrás da moita e dá de cara com o Lobo Mau.
- Bom dia, seu Lobo! Nossa que 
olhos grandes você tem! - observa ela.
- São para 
melhor te ver, Chapeuzinho! - responde o Lobo, cordial.
E ela continua o seu 
passeio. Pouco mais adiante, vê outra moita se mexendo. Corre para dar uma espiada e novamente encontra o Lobo Mau.
- Olá, seu Lobo! Nossa que nariz grande você tem!
- São para melhor sentir o seu perfume, Chapeuzinho! - responde ele, secamente.
E ela continua o seu passeio. Alguns minutos depois, vê outra moita se mexendo. Espia e outra vez dá de cara com o Lobo.
- Uau! Você de novo! Mas que orelhas grandes você tem!
- São para melhor te ouvir CANTAR, Chapeuzinho! - responde ele, irritado.
E ela continua o seu passeio. Duzentos metros depois, vê outra moita se mexendo. Adivinha quem está lá? O próprio.
- Olá, seu Lobo! Mas que saco grande você tem! - observa.
- É pra te aturar, Chapeuzinho!
Faz meia hora que eu estou querendo dar uma ‘cagada’ e você não deixa!
  


- Senta aqui mais perto, Chapeuzinho. Fica aqui mais pertinho da vovó, fica.
- Mas vovó, que olho vermelho... E grandão... Que houve?
- Ah, minha netinha, estes olhos estão assim de tanto olhar para você. Aliás, está queimada, hein?
- Guarujá, vovó. Passei o fim de semana lá. A senhora não me leva a mal, não, mas a senhora está com um nariz tão grande, mas tão grande! Tá tão esquisito, vovó.
- Ora, Chapéu, é a poluição. Desde que começou a industrialização do bosque que é um horror. Fico o dia todo respirando este ar fedorento. Chegue mais perto, minha netinha, chegue.
- Mas em compensação, antes eu levava mais de duas horas para vir de casa até aqui e agora, com a estrada asfaltada, em menos de quinze minutos chego aqui com a minha moto.
- Pois é, minha filha. E o que tem aí nesta cesta enorme?
- Puxa, já ia me esquecendo: a mamãe mandou umas coisas para a senhora. Olhe aí: margarina, Helmmans, Danone de frutas e até uns pacotinhos de Knorr, mas é para a senhora comer um só por dia, viu? Lembra da indigestão do carnaval?
- Se lembro, se lembro...
- Vovó, sem querer ser chata.
- Ora, diga.
- As orelhas. A orelha da senhora está tão grande. E, ainda por cima, peluda. Credo, vovó!
- Ah, mas a culpada é você. São estes discos malucos que você me deu. Onde já se viu fazer música deste tipo? Um horror! Você me desculpe porque foi você que me deu, mas estas guitarras, é guitarra que diz, não é? Pois é; estas guitarras são muito barulhentas... Não há ouvido que aguente, minha filha. Música é a do meu tempo. Aquilo sim, eu e seu finado avô, dançando valsas... Ah, esta juventude está perdida mesmo.
- Por falar em juventude, o cabelo da senhora está um barato, hein? Todo desfiado, para cima, encaracolado. Que é isso?
- Também tenho que entrar na moda, não é, minha filha? Ou você queria que eu fosse domingo ao programa do Chacrinha de coque e com vestido preto com bolinhas brancas?
- Chapeuzinho pula para trás:
- E esta boca imensa???!!!
A avó pula da cama e coloca as mãos na cintura, brava:
- Escuta aqui, queridinha: você veio aqui para me criticar, é?!

CHAPEUZINHO VERMELHO NA VERSÃO DO LOBO MAU 2
Há muito tempo as crianças ouvem falar da história de Chapeuzinho Vermelho. Sempre souberam que eu era o Lobo Mau, mas não é bem assim. Na verdade o que eu queria, era só uma cama quentinha e uma casinha para aquecer-me no inverno.
Mudei-me para um bairro, onde há muito tempo morava uma velhinha. Toda semana a netinha visitava a vovó com deliciosos bolos, biscoitos e doces.    
Descobri que a menina (Chapeuzinho Vermelho) tinha um lindo diário azul, pois pegou nojo da cor vermelha quando foi apelidada de Chapeuzinho Vermelho.
Um dia ao passear pela floresta, percebi que a Chapeuzinho parou para fazer algumas anotações e colher flores. Aproveitei para me apresentar, mas ela me disse que não conversava com estranhos.
Falei que era vizinho de sua avó e perguntei se poderia acompanhá-la até seu destino. Fomos conversando, mas ela só queria falar de Orkut, Blogs, MSN e coisa e tal. Falei apenas que sabia brincar de esconde-esconde, pega-pega, amarelinha e outras mais.
Chegando a casa da vovó fui convidado a entrar e Chapeuzinho queria que eu a ensinasse a brincar de esconde-esconde. Logo que a brincadeira começou, vovó se entusiasmou e quis brincar também.
Vovó emprestou-me suas roupas para me fantasiar, pois Chapeuzinho adorava brincar com fantasias. E começamos a brincar. Vovó se escondeu dentro do guarda roupa e eu me escondi em baixo dos cobertores tão quentinhos da vovó. Depois de algum tempo Chapeuzinho começou a gritar nossos nomes desesperadamente, pois não nos achava.
Foi quando um lenhador passou pela janela e ouviu aquela gritaria. Chapeuzinho disse que o Lobo havia desaparecido com sua avó. Imediatamente ele buscou reforço e eu fui parar na prisão.
Hoje, enquanto aguardo o julgamento para provar minha inocência, leio aquele diário azul que consegui pegar de Chapeuzinho Vermelho.

CHAPEUZINHO VERMELHO NA VERSÃO DA VOVÓ

Queridos amigos, há muito tempo vocês ouvem falar da história de Chapeuzinho Vermelho. Pois bem, aqui quem vos fala é a vovó. Cansei de escutar conversinhas, coisas que inventaram a meu respeito, a respeito do lobo e de Chapeuzinho Vermelho, por isso, resolvi contar-lhes toda a verdade.
Bom, o lobo cuidava muito bem da floresta e tentava mantê-la sempre limpa, mas tão limpa, a ponto de não querer que ninguém passasse por lá.
A minha netinha a Chapeuzinho Vermelho era uma criança muito mal-criada, e sempre que vinha para minha casa, não seguia as recomendações de sua mãe, que pedia pra ela não vir pela estrada da floresta, mas sim pela estrada do rio.
Chapeuzinho Vermelho nem ligava para os conselhos da mãe, teimava e vinha, dizia não ter medo do Lobo.
Em certo dia, ele estava lá, tranqüilo, quando ela passa cantarolando. O Lobo, que não gostava de ver pessoas transitando por lá, chamou-a:
− Hei! O que queres aqui? − perguntou o lobo.
− Vou para a casa da minha avó, seu lobo bobão!
− Olha o respeito menina! Tu bem sabes que não quero ninguém em minha floresta, por que não foste pela estrada do rio?
− Porque quis vir por aqui, e quer saber? Saia da minha frente. E saiba que só não lhe dou com esta cesta na cabeça porque estou levando doces para a vovozinha − finalizou Chapeuzinho toda espevitada.
Chapeuzinho saiu cantando para debochar do lobo. Ele, já bastante irritado, resolveu dar uma lição naquela menina mal-criada, pegou um atalho, e veio até minha casa.
Chegando aqui, conversamos sobre Chapeuzinho Vermelho e concordei em dar-lhe uma lição.
Fiquei escondida debaixo da cama enquanto o lobo vestiu meu vestido e se deitou.
Minutos depois, escutamos batidas na porta. Não batidas delicadas, batidas de menina encrenqueira. Era Chapeuzinho:
− Toc, toc, toc, abre logo essa porta, coroa! − disse Chapeuzinho, com seu linguajar moderno.
− Entre minha netinha, é só empurrar! − disse o Lobo disfarçando a voz.
Ela entrou, jogou a cesta em cima da mesa e jogou-se na cama, resmungando:
− Credo Vovó! Não sei como a senhora aguenta morar dentro do mato! È tudo tão longe...
O lobo rosnou de raiva, e Chapeuzinho notou algo diferente:
− O que foi vovó? Sua voz está estranha!
− É que peguei um resfriado minha netinha.
− Ah! Sim! Mas a senhora está toda esquisita. Olha como os seus olhos estão grandes!
− É pra te ver melhor minha netinha!
− E esse nariz enorme? Vai dizer que é pra me cheirar melhor? − ironizou a menina.
O Lobo já estava super irritado, mas conteve-se:
− Não minha netinha, é por causa da gripe, eu assuo muito o nariz, sabe?
− AH!... Mas e essa boca enorme, com estes dentes maiores ainda? Sem contar com o mau hálito. − disse Chapeuzinho tapando o nariz.
O Lobo não agüentou mais:
− Quer saber mesmo?
− Quero.
−Mesmo, mesmo?
− Fala vovó.
− É pra te comer!
Então, o desmiolado do Lobo começou a correr atrás de Chapeuzinho, que gritava escandalosamente na frente. Eu saí debaixo da cama o mais depressa possível, mas meu pé engatou na colcha de renda, fazendo com que eu caísse por cima do Lobo, que, sem sorte, engatou as unhas na colcha fazendo aquela confusão.
Neste momento, o lenhador apareceu na porta e Chapeuzinho Vermelho começou a gritar que o Lobo estava me atacando. O lenhador deu uma paulada que pegou na cabeça do Lobo (para minha sorte). Fazendo com que o Lobo, de imediato, pulasse direto para a janela, indo embora gritando e correndo.
E Eu só aceitei essa história de Lobo Mau, por que ele rasgou o meu vestido favorito, mas, estou arrependida.
O coitadinho é inocente e além de tudo, é vegetariano
.

MEC - Ministério da Educação e Cultura (1998). Parâmetros Curriculares Nacional
 

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