domingo, 20 de março de 2011

Texto: A Menina e o Pássaro

             
       Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
        Ele era um pássaro diferente de todos os demais: Era encantado.
             Os pássaros comuns, se a porta da gaiola estiver aberta, vão embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades...
                Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.
             Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão.
          "- Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco de encanto que eu vi, como presente para você...".
            E assim ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
         Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.
            "... Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga.
              Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
           E de novo começavam as estórias.
         A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre.
          Mas chegava sempre uma hora de tristeza.
      "- Tenho que ir", ele dizia.
       "- Por favor não vá, fico tão triste, terei saudades e vou chorar....".
        "- Eu também terei saudades", dizia o pássaro. "-- Eu também vou chorar.
           Mas eu vou lhe contar um segredo: As plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios... E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas.
       Se eu não for, não haverá saudades.
        Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar.
        Assim ele partiu. A menina sozinha, chorava de tristeza à noite, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada.
        "- Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre. Nunca mais terei saudades, e ficarei feliz".
Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera.
       Finalmente ele chegou, maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para contar.
Cansado da viagem, adormeceu.
         Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
         Foi acordar de madrugada, com um gemido triste do pássaro.
         "- Ah! Menina... Que é que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias...".
Sem a saudade, o amor irá embora...
        A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas isto não aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente.
          Caíram suas plumas, os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio; deixou de cantar.
        Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava.
         E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo...
        Até que não mais agüentou.
         Abriu a porta da gaiola.
        "- Pode ir, pássaro, volte quando quiser...".
        "- Obrigado, menina. É, eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudades, eu ficarei mais bonito.
         Sempre que eu ficar com saudades, você ficará mais bonita. E você se enfeitará para me esperar...
          E partiu. Voou que voou para lugares distantes. A menina contava os dias, e cada dia que passava a saudade crescia.
         "- Que bom, pensava ela, meu pássaro está ficando encantado de novo...".
        E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos; e penteava seus cabelos, colocava flores nos vasos...
            "- Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje...
Sem que ela percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro.
         Porque em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar ele haveria de voltar.
          AH! Mundo maravilhoso que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama...
        E foi assim que ela, cada noite ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento.
        - Quem sabe ele voltará amanhã....
                E assim dormia e sonhava com a alegria de encontrá-lo novamente.
            Interpretação Escrita:
1)   Todos nós temos amigos, no entanto a personagem do texto tem um amigo diferente. Quem é esse amigo?____________
____________________________________________
2)  Em sua opinião, por que esse amigo era tão especial?_____________
____________________________________________
3)  Por que a menina decidiu prender o pássaro na gaiola?
4)  Descreva o pássaro  quando ele chegou de viagem.
_____________________________________
5)  Escreva  duas consequências da prisão do pássaro.
__________________________________________
6)  Escreva as cores que no texto expressam:
·       Beleza,amor e  alegria______________________________
·       Tristeza ,melanconia________________________________
7)  Que sentimento a menina teve ao libertar o pássaro?

3 comentários:

  1. meu nome é Emanuelly dia 16 e fiz esse texto com essa mesmas perguntas e eu não consegui fazer a 5 voce pode me ajudar????????

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  2. Emanuelly com a prisão do pássaro suas plumas caíram e o colorido de suas penas deu lugar a cor cinza que simboliza a tisteza.Sentindo-se triste o pássaro parou de cantar.

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