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Ivani Ferreira é professora e blogueira . Possui graduação em Letras pela Faculdade Asa de Brumadinho (2006), Normal Superior pela Universidade Federal de Montes Claros(2005), especialização em Psicopedagogia pela Universidade Federal Castelo Branco (2007), Supervisão Pedagógica pela FINON (2008). Professora efetiva na rede Municipal de Brumadinho desde 2005, porém, atua na rede municipal com turmas da Educação Infantil , Ensino Fundamental 1 e 2 , desde o ano de 2002. Trabalhou como supervisora pedagógica na Escola Municipal Leon Renault- Brumadinho/MG (2013- 2016). Atualmente trabalha como professora da Educação Infantil na EMEI Nair das Graças Prado em Brumadinho/MG. Sejam bem vindos(as)!!! Instagram.com/professoraivaniferreiraoficial

sábado, 14 de novembro de 2015

PROTAGONISMO INFANTIL NA CONCEPÇÃO DAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE RÉGGIO EMÍLIA



1  INTRODUÇÃO

Objetiva-se conhecer o trabalho realizado pelos professores em Reggio Emília e o termo “protagonismo infantil”, associando os conhecimentos e conceitos teóricos apreendidos nas disciplinas às leituras propostas.
Primeiramente foi realizada a leitura de textos sobre tema, seguida de a pesquisa complementar na internet e em livros e posteriormente foi elaborada uma produção textual no intuito de apresentar minha compreensão sobre o tema abordado.

2  DESENVOLVIMENTO


Villa Cella, na Itália, próxima a cidade de Reggio Emilia, após a devastação da Segunda Guerra Mundial os pais decidiram se organizar para erguer e administrar a escola de seus filhos. O jovem universitário Loris Malaguzzi, leitor assíduo, conhecedor psicopedagógico, se apaixonou pela causa da comunidade e criou uma metodologia de ensino que ficou famosa em todo o mundo.

Loris Malaguzzi foi pedagogo e psicólogo italiano, fundador e principal responsável pela abordagem educacional Reggio Emilia. Dedicou sua vida à construção de uma experiência educativa de qualidade.

 Na metodologia proposta por Malaguzzi o olhar das crianças é que orientam os projetos de trabalho pelos professores. Pois, para ele existem infinitas possibilidades de expressão do ser humano em sua primeira idade. A partir desta concepção, destaca-se nas escolas de Reggio Emilia o papel de protagonista da criança em sua educação, proporcionando controle sobre os direcionamentos da aprendizagem e sua linguagem é valorizada pela maneira singular que cada uma tem para se expressar.

Malaguzi era um conhecedor da pedagogia de: Piaget, Vigotsyk, Frenet. Assim, a construção pedagógica das escolas se concretiza dentro de uma perspectiva sócio construtivista onde o conhecimento se constrói através da ação do sujeito, se constrói no contexto, junto com a inovação social e com a cultura do grupo, crianças aprendem pelas experiências e nas experiências da ação e do fazer.

Através da linguagem gráfica é possível explorar as formas de aprender das crianças, o espaço tem o importante papel de propiciar a interação das crianças com várias situações e pessoas. Para tanto as crianças são estimuladas a tocar, sentir, fazer, se relacionar e explorar o que está a sua volta, para conhecerem a si mesmas e ao mundo no qual estão inseridas.

As produções das crianças servem para fazer do espaço, um ambiente de aprendizagem. As escolas que adotam a metodologia têm um cuidado com a estética e o uso de materiais reaproveitados para possibilitar novas vivências às crianças. Todo o processo de aprendizagem das crianças é registrado de forma a evidenciar os progressos. O adulto /professor também é o responsável por criar os contextos mais apropriados para que as crianças se sintam confiantes, confortáveis, estimuladas e respeitadas no seu processo cognitivo de descoberta do mundo.

A pedagogia de Malaguzzi tem por objetivo e pressuposto o protagonismo infantil, onde as crianças é que orientam os rumos da sua aprendizagem, não são sujeitos passivos que aprendem, mas, atores do seu processo de aprendizagem. Nesse processo, constata-se que a criança argumenta e se expressa, o que produz com suas mãos, como brinca, como debate idéias, como sua investigação funciona.  O professor participa do trabalho das crianças, mas não se coloca de forma frontal e sim como construtor do percurso construído, numa direção compartilhada  e solidária com as crianças.

Na metodologia proposta por Malaguzzi, considera-se que a imagem que o educador faz da criança é que vai orientar suas escolhas. Se o educador considera a criança como um recipiente que deverá receber tudo o que ele (educador) sabe, pois é quem detém o saber, a organização do trabalho pedagógico seguirá tal princípio; mas, diferentemente disso, se a imagem que se tem é de criança potente, forte, poderosa, capaz de construir estratégias de aprendizagem, atenta à sua atualidade, que toma decisões e que, na interação com o outro, constrói conhecimento, tal imagem conduzirá a outro modo de organizar a proposta pedagógica.

Existe uma valorização do trabalho em pequenos grupos, que acontece muitas vezes, independentemente de séries. Ao final do dia, os resultados são divididos pelos grupos numa assembleia, onde a participação de todos é encorajada. Ao professor cabe o estímulo, a mediação para que a criança amplie sua percepção e faça conexões que produzam novas leituras.

Nas escolas de Reggio os pais, como responsáveis pelas crianças e também como representantes da comunidade, fazem parte nos processos educativos, são fundamentais. Assim, o diálogo e a escuta com os pais tem que se tornar parte destes processos. 

Na metodologia de Reggio Emília potencializa o papel ativo de todos os membros da comunidade escolar no aprendizado. Além dos coordenadores pedagógicos e dos professores, os responsáveis pela comida são vistos como educadores e as crianças são incentivadas a se interessar por aquilo que estão comendo, tendo papel ativo até na preparação dos alimentos. A Reggio Emilia também conta com atelieristas, que propõe atividades diversas, dentro de suas áreas de atuação, para trabalhar com diferentes linguagens. A abordagem valoriza a representação simbólica: artes, pintura, música como ferramentas no aprendizado das crianças.  

O atelierista é um profissional importante nas escolas de Reggio Emília, pois, ele contribuiu para expandir potencialidades de experimentar o mundo pelas múltiplas linguagens. Não se trata de um professor de artes que ministra uma disciplina, mas de alguém que auxilia os alunos a ler o mundo com múltiplos olhares a partir da sensibilidade artística.

As manifestações artísticas são o resultado final de um processo de aquisição de conhecimento. A arte tem a função de comunicar visualmente o resultado dos estímulos que a criança recebeu ao estudar algum tema. Para fazer uma escultura de argila, por exemplo, primeiro eles estudam o objeto de inspiração em todos os seus aspectos. A própria riqueza de detalhes que obtemos nessas manifestações artísticas realizadas por crianças pequenas comprova a profundidade do que foi estudado. A técnica para a produção da peça artística é o elemento menos importante desse processo. 

O espaço também é algo considerado na metodologia de Malaguzzi, desde a arquitetura que se preocupa com o tamanho do ambiente, a altura, iluminação, de forma a se tornar um espaço de estímulo e educativo. Trazendo para as crianças segurança e sensação de acolhimento, respeitando a faixa etária e o seu desenvolvimento. O espelho se faz presente em vários espaços e buscar mostrar as várias facetas do ambiente, além de valorizar a identidade e o observar tão presente na infância.

A relação entre as crianças e os vários ambientes é sempre estimulada, buscando favorecer novas experiências para as crianças, desde a visita a cozinha, a sala de arte, sugerindo a não-divisão dos potenciais educativos. A estrutura física da escola é pensada na busca de um ambiente educativo e lúdico, fazendo com que o espaço seja considerado “um terceiro professor”

As produções e expressões de conhecimento das crianças por meio de maquetes e empilhamentos são respeitadas, depois de construídas permanecem para uma relação de continuidade no outro dia. E bem comum a salas não serem “arrumadas” ao final de cada aula, mas, sim ao término de cada construção de conhecimento.

Minhas considerações acerca da proposta de Reggio Emília é que a metodologia se desenvolve numa perspectiva humanística, rompendo com as barreiras da escola e a realidade social. Não ensina para as crianças somente saberes escolarizados, mas aprende com as crianças uma nova leitura do mundo.

A metodologia não supervaloriza uma hierarquia de saberes, mas, entende que todo saber é importante e que o mundo somente será compreende utilizando todos os sentidos e linguagem, uma visão holística do ser humano, valoriza o desenvolvimento intelectual das crianças por meio da expressão de ideias, por meio da dança, da arte, da escultura, dos teatris e música.

Gostei muito do estímulo a arte, e da compreensão de que por meio da arte se acessa muitos conhecimentos de mundo. O papel do atelierista demonstra bem importância da linguagem artística para interpretação de tudo que se mostra presente.
A pedagogia de Reggio Emília tem a finalidade não so de ensinar as crianças conteúdos escoalres, mas de fazer as crianças descobrirem como a comunicação melhora a autonomia do individuo e do grupo. Valoriza o potencial que o diálogo, o debate têm para repensar seus modos de agir e de comunicar suas experiências.

A criança é vista como produtora de conhecimento. Ela possui leituras que podem agregar valor as suas experiencias e através da interação entre adultos e crianças é que as coisas vão se encaixando e se efetivando como conhecimento sistematizado. Trabalhar nesta perspectiva é propiciar as crianças a gastarem seu potencial como uma estratégia para transformar seu entorno.

Nas escolas de Reggio Emília existe uma especial atenção aos relacionamentos entre os atores envolvidos, mediados pelas produções das crianças, que são vistas como trazendo vários benefícios a ambas as partes onde cabe ao educador variar metodologias para atingir as inteligências individuais, favorecer as práticas de autonomia, de iniciativa pessoal de cada um.






3  CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho me proporcionou uma reflexão acerca da metodologia de Reggio Emília e a importância do trabalho holístico com as crianças. Pude perceber que em todo momento a criança era vista como protagonista, como alguém capaz de apreender com o meio e ler o mundo utilizando diversas linguagens.

Acredito que a proposta é muito adequada para a Educação Infantil e que recebendo uma formação como esta as crianças terão melhores condições de se posicionar como cidadãos diante da sociedade, sendo capaz de opinar, expressar ideias e interpretar o mundo que a cerca.






REFERÊNCIAS

NICOLIELO, Bruna. Conheça experiências brasileiras inspiradas em Reggio Emília. Disponível no site http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/conheca-experiencias-brasileiras-inspiradas-reggio-emilia-770428.shtml#ad-image-0 acesso em 02/10/2015.



Reportagem especial: as escolas de educação infantil de Reggio Emília – Itália. Disponível no site https://www.youtube.com/watch?v=4j8mtA_iDss. Acesso em 01/10/2015.

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