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Ivani Ferreira é professora e blogueira . Possui graduação em Letras pela Faculdade Asa de Brumadinho (2006), Normal Superior pela Universidade Federal de Montes Claros(2005), especialização em Psicopedagogia pela Universidade Federal Castelo Branco (2007), Supervisão Pedagógica pela FINON (2008). Professora efetiva na rede Municipal de Brumadinho desde 2005, porém, atua na rede municipal com turmas da Educação Infantil , Ensino Fundamental 1 e 2 , desde o ano de 2002. Trabalhou como supervisora pedagógica na Escola Municipal Leon Renault- Brumadinho/MG (2013- 2016). Atualmente trabalha como professora da Educação Infantil na EMEI Nair das Graças Prado em Brumadinho/MG. Sejam bem vindos(as)!!! Instagram.com/professoraivaniferreiraoficial

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Texto "A Primavera da Lagarta"






A primavera da lagarta
Ruth Rocha

       Grande comício na floresta! Bem no meio da clareira, debaixo da bananeira.
Dona Formiga convocou a reunião:
Isso não pode continuar!

— Não pode, não. – apoiava o Camaleão.

— É um desaforo! – a Formiga gritava.

— É mesmo! – o camaleão concordava.

A Joaninha, que vinha chegando naquele instante, perguntava:
— Qual é o desaforo, hein?
— É um desaforo, o que a Lagarta faz! – dizia a Formiga.
— Come tudo que é folha! – reclamava o Louva-a-Deus.
— Não há comida que chegue! – continuava a Formiga.
A Lagartixa não concordava:
— Por isso não, que as senhoras formigas também comem...
— É isso mesmo! – apoiou o Camaleão, que vivia mudando de opinião.
— É muito diferente – disse a Formiga. — Depois, a Lagarta é uma preguiçosa. Vive lagarteando por aí...
— Vai ver que a Lagartixa é parente da Lagarta – disse o Camaleão, que já tinha mudado de opinião.
— Parente, não – falou a lagartixa. — É só uma coincidência de nome.
— Então não se meta! – disse a Formiga.
— Abaixo a Lagarta! – disse o Gafanhoto. – Vamos acabar com ela!
— Vamos, sim! – Gritou a Libélula. — Ela é muito feia!
O senhor Caracol ainda quis fazer um discurso:
— Minhas senhoras e meus senhores, como é para o bem geral e para a felicidade nacional, em meu nome e em nome de todo mundo interessado, como diria o conselheiro Furtado, quero deixar consignado que está tudo errado...
Mas como o Caracol era muito enrolado, ninguém prestava atenção no coitado. Já estavam todos se preparando para caçar a Lagarta.
— Abaixo a feiúra! – Gritava a Aranha – como se ela fosse muito bonita
— Morra comilona! – exclamava o Louva-a-Deus – como se ele não fosse comilão também.
— Vamos acabar com a preguiçosa! – berrava a cigarra – esquecendo sua fama de boa-vida.
E lá se foram eles cantando e marchando:
— Um, dois, feijão com arroz... três , quatro feijão no prato...
Mas a primavera havia chegado. Por toda parte havia flores na floresta, até parecia festa.
Os passarinhos cantavam... E as borboletas, quantas borboletas! De todas as cores, de todos os tamanhos, borboleteavam pela mata.
E os caçadores procuravam pela Lagarta.
— Um, dois, um dois, feijão com arroz... três , quatro feijão no prato...
E perguntavam às borboletas que passavam:
— Vocês viram a Lagarta que morava na amoreira? Aquela preguiçosa, comilona, horrorosa?
As borboletas riam, riam... Iam passando e nem respondiam.
Até que veio chegando uma linda Borboleta:

— Estão procurando a Lagarta da amoreira?

— Estamos, sim! Aquela horrorosa! Comilona!

E a Borboleta bateu as asas e falou:
— Pois sou eu...
— Não é possível! Não pode ser verdade! Você é linda!
E a Borboleta, sorrindo, explicou:
— Toda lagarta tem seu dia de borboleta. É só esperar pela primavera...
Dona formiga ficou espantada:

— Não é possível! Só acredito vendo!

E a borboleta falou:
— Venha ver. Isso acontece com todas as lagartas. Eu tenho uma irmã que está acabando de virar borboleta.
E todos correram para ver. E ficaram quietinhos, espiando...
E a lagarta foi se transformando... foi se transformando... Até que , de dentro do casulo, nasceu uma borboleta.
Os inimigos da Lagarta ficaram admirados.

— É um milagre! – disse a Formiga, envergonhada.

— Bem que eu falei! – disse o Camaleão, que já tinha mudado de opinião.

E a borboleta falou:

— É preciso ter paciência com as lagartas, se quisermos conhecer as borboletas!



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